Friday, June 1, 2007

Creamfields 2006 - Análise



O Parque da Bela Vista recebeu cerca de 35 mil pessoas na noite de sábado para domingo.
A organização do festival falhou com o número de bares, stands de fast food e de casas de banho,a disposição das pessoas cujo as filas eram enormes e desesperantes.
Falando do som, foi completamente maravilhoso e mostrando o descrédito do publico portugues pela musica electronica underground e pelo fanatismo do mainstream, apenas os Placebo deixaram algo a desejar para alguns que acharam a actuação curta e pouco entusiasmante, mas já que foi uma actuação de rock num festivald e musica electronica, não se podia esperar muito mais. Já os Prodigy cumpriram com o que se esperava, festa rija. Os Da Weasel mantiveram, sem nenhum problema, o nível de animação, o grande destaque vai para os portugueses The Vicious Five, que são, provavelmente, uma das melhores bandas de rock português dos últimos anos. Pouco depois os Wray Gunn, também portugueses, mantiveram o nível.
Em clara maioria, o público sub 25 encheu o recinto do Parque da Bela Vista de cor e energia, transformando o evento não só num sucesso mas num dos festivais mais bem sucedidos em termos de público.


Momentos Creamfields, Esses Houve Muitos:

Os Da Weasel entraram em palco com energia renovada por um novo e importante factor: Amor, Escárnio e Maldizer , o mais recente álbum de originais.O norte-americano Atiba veio expressamente dos Estados Unidos para o despique com Virgul em «International Luv» e ajudou a demonstrar a maturidade dos novos temas dos Da Weasel. O single «Dialectos de Ternura» fechou o concerto em grande estilo.

A dupla britânica Layo & Bushwacka! mostrou porque é um dos mais interessantes projectos electrónicos da actualidade, enchendo o ambiente climatizado da esfera com as suas sonoridades tech-house/electro-melódicas de ritmos mais ou menos intensos. À mesma hora, no palco Radio Soulwax, o disco funk electronico com uma pitada de rock sempre muito dançável da actuação dos WhoMadeWho atingiu o pico com «Space for Rent», que pôs metade da audiência a cantar e a outra metade a vibrar.

David Morales deu uma verdadeira lição de dança na cabine do espaço La Isla, o house puxado e um electro bem recortado, em volume exagerado, transpiraram das mãos do DJ nova-iorquino para os pés da multidão que se apinhava na pista de dança.

Paulo Furtado provou mais uma vez por que é um dos mais inspirados músicos portugueses da actualidade e ofereceu um concerto visceral. Shangri-La , o novo álbum, é uma aposta mais que acertada, como se pôde ver pela adesão entusiasta do público a «She’s a GoGo Dancer». Os Wraygun no seu melhor.

Tiefschwarz, a dupla berlinense, dominou o indançavel Kubik, que não tinha espaço suficiente para acolher tanta gente e dançar era so com os olhos. O seu minimalismo com uns toques de techno e electro desconcertantes leveram o mar de gente ao rubro.

Os Prodigy foram recebidos em ambiente de puro delirio, juntando e sintetizando o conceito deste primeiro Creamfields Lisboa: rock e electrónicas em doses bem calibradas como só eles sabem fazer.

Os londrinos Spektrum trouxeram até Lisboa (e pela segunda vez este ano) o funk esquizofrénico do novo álbum Fun At The Gymkhana Club . Entretanto, os irmãos Dewaele apresentaram-se como Soulwax numa actuação irrepreensível. Com o palco principal encerrado, as atenções concentraram-se numa actuação electrónicamente conquistadora.

Ao fim e apesar de todas as falhas e lacunas o festival merece um credito especial, tanto pela sua qualidade sonora como por ser um sucesso de bilheteiras. Esperemos que em 2009, data prevista da proxima edição os erros sejam corrigidos e que seja um sucesso como esta foi.

Texto e Imagens Retirados de: http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/7943

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